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domingo, 20 de novembro de 2011

ONU lança estudo sobre realidade de jovens afrodescendentes da América Latina

Os jovens afrodescendentes da América Latina e do Caribe são um dos grupos populacionais que enfrentam as maiores desvantagens, exclusão e discriminação, segundo o relatório “Juventude afrodescendente na América Latina: realidades diversas e direitos (des)cumpridos”, que o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) lançou em Salvador (Bahia) nesta sexta-feira (18), em evento paralelo ao Afro XXI - Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes.

Estima-se que na América Latina, segundo a informação disponível nos nove países pesquisados, vivam ao redor de 24 milhões de jovens afrodescendentes, de um total de 81 milhões de pessoas de ascendência africana. Com mais de 22 milhões, o Brasil é o país que reúne a maior quantidade de jovens afrodescendentes, tanto em termos relativos como absolutos. Vêm a seguir Colômbia, Equador e Panamá, que, juntos, registram cerca de 1,4 milhão de jovens afrodescendentes.

“Um dos desafios em matéria de políticas para afrodescendentes – como sublinhado pelo relatório – é a falta de informação estatística desagregada, sistemática e confiável sobre este grupo de população”, disse Marcela Suazo, diretora para a América Latina e o Caribe do Unfpa. “A disponibilidade desses dados permitiria evidenciar as iniquidades enfrentadas por este grupo populacional e, portanto, contribuir para a formulação de políticas afirmativas para os afrodescendentes”.

Tripla exclusão – A desigualdade que caracteriza a América Latina – a região de maior desigualdade do mundo – se reflete também na juventude afrodescendente, que sofre uma tripla exclusão: étnica/racial (por ser afrodescendente), de classe (por ser pobre) e geracional (por ser jovem). Além disso, as mulheres afrodescendentes sofrem processos de exclusão e discriminação de gênero.

O relatório, fruto de um esforço conjunto do Unfpa e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal/Celade), é o primeiro a apresentar um panorama regional das dinâmicas populacionais das e dos jovens afrodescendentes, tanto em termos demográficos como de distribuição territorial, além de proporcionar informações sobre sua situação em matéria de acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, educação e emprego, áreas-chave para sua inserção social e sua participação plena nos processos de desenvolvimento de seus países.

O estudo evidencia as brechas significativas existentes nos países entre os jovens afrodescendentes e os demais jovens. Os dados sugerem a existência de diferenças na implementação dos direitos de saúde reprodutiva entre as jovens afrodescendentes, já que a maternidade em idade precoce é tanto ou mais elevada entre elas do que para as demais jovens. Além disso, a maternidade precoce está sistematicamente associada a menores níveis de educação, ainda mais evidentes neste grupo populacional.

As porcentagens de jovens que não estudam nem trabalham na região são muito altas e, na maioria dos países, os jovens afrodescendentes se encontram entre os mais excluídos destes sistemas. A situação dos afrodescendentes na região tem cobrado maior visibilidade nos últimos anos, graças, por um lado, ao aumento das organizações e articulações afrodescendentes que defendem seus direitos em níveis regional e nacional e, por outro, à criação de instituições governamentais encarregadas dos assuntos concernentes aos povos afrodescendentes em mais de uma dezena de países. Contudo, isso não tem sido suficiente.

O estudo propõe o investimento e o fortalecimento das políticas afirmativas para a juventude afrodescendente em um marco de direitos, como caminho para superar as iniquidades, a discriminação e a exclusão. O Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes é uma realização do governo brasileiro, através da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Governo do Estado da Bahia, através das secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), de Cultura (Secult), e das Relações Internacionais e da Agenda Bahia (Serinter), associados a Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib).

A parceria para a realização do Encontro inclui também a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), e a ONU, através de suas agências: Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP).

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Juventude no Vale do Sinos

Nesta semana foi atingido o número de 7 bilhões de pessoas habitando o Planeta. A Fundação de Economia e EstatísticaFEE refere que são 10.735.315 gaúchos (às 19hs15min do dia 04 Nov 2011). Conhecer melhor o perfil da população do Vale do Sinos nas diferentes faixas etárias constitui-se em importante subsídio para o planejamento, monitoramento e avaliação das políticas públicas, que são, conforme SEN (...) mediação estratégicas para a afirmação de uma política pública.

A juventude pode ser caracterizada por diferentes perspectivas. Em relação à faixa etária, o Estatuto da Criança e do AdolescenteECA identifica como adolescente as pessoas cuja idade vai dos 12 aos 18 anos. A Organização Mundial da SaúdeOMS reconhece a adolescência entre os 10 e os 19 anos. A partir da referência utilizada pela OMS, que apresenta o reconhecimento da juventude em um período mais ampliado, os adolescentes representam 16,2% do total da população do estado do Rio Grande do Sul - RS e 16,7% da população da região do Vale do Rio dos Sinos, conforme dados do Censo 2010. Acrescentando a população identificada como jovem – 20 a 24 anos – esta representatividade chega a 24,3% do total da população do Estado e 10,6% do Vale.

A aproximação com a realidade dos adolescente e jovens oportuniza a identificação de múltiplas transformações físicas, pessoais e de suas sociabilidades.

Neste período foram identificados 6.124 jovens mulheres e 5.188 jovens homens chefes de família sem renda no Estado e no Vale 527 mulheres e 409 homens.

Em relação ao número de matrículas realizadas em escolas do RS, com dependência administrativa do Estado, sendo 667.770 no Ensino Fundamental e 354.509 no Médio. O percentual de reprovação e abandono de 19,2% e 30,9% respectivamente. No ano de 2010 o Programa Nacional de Primeiro Emprego para Jovens, cujos usuários são jovens que têm 16 a 24 anos, integrou ao mercado formal de trabalho 20.149 pessoas.

Os dados Censitários são uma fonte riquíssima de informação para articularmos com outras informações, como da saúde e da educação entre outras bases de dados, mas não somente para o planejamento das políticas públicas. Mas como importante ferramenta para o controle social.

É nesta perspectiva que o Observatório da Realidade e das Políticas Públicas do Vale do Rio dos Sinos – ObservaSinos tem publicizado no sítio do Instituto Humanitas Unisinos – IHU informações sobre a realidade da região a partir de bases de dados publicas assim como promovido oficinas e seminários para a qualificação sobre.

A próxima oficina será dia 16 de novembro com a participação do Prof. MS Ademir Barbosa Koucher – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE/RS.

Participe!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE NO RIO DE JANEIRO (A PARTIR DA JMJ DE MADRID)

Reflexões piedosas e atrevidas para quem pensa sobre milhões de jovens reunidos por convocação da Igreja de Cristo. Não deixa de ser uma forma de sonhar...
Hilário Dick


1. Não estive em Madri. Muitos, evidentemente, como eu, não podiam, não queriam ou não foram porque não foram convidados. A questão do “convite” é bem mais interessante do que se pensa. Aliás, os que foram (aqui do Brasil), como foram convidados? Sabemos que muita liderança boa, comprometida, merecedora de um gesto de reconhecimento por serviços prestados gratuitamente às igrejas (estou falando de jovens) teve que ver partir outros/as, escolhidos/as não se sabe por quem, e cultivar dentro de si não sei que sentimentos. Até mesmo as juventudes organizadas puderam escolher seus delegados? Poder-se-ia falar o mesmo de “assessores/as” regionais e nacionais de pastorais juvenis organizadas. Tinha gente com vontade de ir, olhar, reanimar-se, ver o certo e o errado, mas não foram convidados/as. Ver jovens reunidos sempre é uma festa.
2. Quero fazer minhas reflexões a partir de pequenas coisas da JMJ de Madrid, de 2011. Para falar de algo nem sempre precisamos ter “estado lá”. Trata-se de observar, de perceber o que acontece, o que se escreve e o que emerge em diferentes espaços. Faço imediatamente uma pergunta que me incomoda: para ajudar a “perceber” a realidade juvenil na dimensão religiosa, especialmente católica, quem dos estudiosos/as de juventude, do Brasil, foi convidado? Parece que a “juventudologia”, especialmente para algumas figuras da Igreja, é uma ciência infusa. Não se precisa estudar juventude. O amar não supõe estudo... Falo de “ciência infusa” porque o lugar da juventude na formação seminarística, nas Congregações Religiosas, em alguns Movimentos de Jovens ou que trabalham com jovens, parece ser algo inútil. Basta ser do clero para se entender de juventude; basta ser bispo para falar “ex cátedra” para a juventude. Cada vez é mais urgente o povo de Deus, no seu todo, aprender a falar sobre juventude. Se nas outras jornadas o número de bispos era baixo, desta vez, (provavelmente por Rio de Janeiro ser declarada como sede da próxima jornada), foram cerca de 60 bispos brasileiros. Não foram, provavelmente, aqueles que parecem ter que descobrir que a juventude existe, que a juventude quer ser Igreja e que poderia haver bem mais expressão juvenil nas igrejas. Esperamos que tenham ido, também, não aqueles que sempre encontram compromissos pastorais para não marcar presença em iniciativas juvenis (especialmente algumas) de sua diocese ou Regional.
3. Foi com o carisma do Papa João Paulo II que as Jornadas Mundiais e os Encontros Continentais de Jovens tomaram grande impulso. Era pelos anos de 1984 e 1985. Mesmo que estas Jornadas e Encontros não tenham exercido grande influência nos encontros orgânicos da Pastoral Juvenil da América Latina, sempre foram importantes e não podem ser esquecidos. Realizaram-se, até 2010, 27 Jornadas Mundiais da Juventude (14 diocesanas, sem a presença do Papa) e 13 mundiais, com a presença do Papa: 10 de João Paulo II e 3 de Bento XVI). Seis destas Jornadas, com a presença do Papa, deram-se na Europa (Roma (2000), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Paris, Colônia (2005) e Madrid); dois na América do Norte (Denver, 1993 e Toronto 2002), um na América do Sul (Buenos Aires – 1987), um na Ásia (Manila 1993, com mais de 4 milhões de jovens participantes) e um na Austrália (Sidney). O Encontro Continental de Santiago (Chile) foi em 1998. É o Papa que indica os temas destas Jornadas.

4. As Jornadas Mundiais de Juventude são uma iniciativa da Igreja Católica, com sede em Roma. Uma iniciativa do Papa; não é uma atitude ecumênica. Evidente que jovens de outras religiões também estão e estiveram lá, mas a iniciativa é católica. A preocupação é com a evangelização cristã da juventude. A impressão que se tem é que se trata de uma apresentação majestosa, bombástica, suntuosa, massiva, da Igreja para a juventude. Não fica claro se é uma apresentação, uma busca da juventude para a Igreja. A impressão que se tem é que lá vai a juventude escolhida para mostrar ao mundo que os jovens são, ainda, da Igreja. Claro que é muito forte dizer que, pelo que se vê, a juventude é a massa de manobra da Igreja para conquistar jovens para ela. Claro que não é só isso. Os protagonistas, em todo o caso, não são os jovens porque os protagonistas são os atores principais. Quem está no palco são os adultos, especialmente o mundo clerical, com uniforme e tudo mais. São eles que falam. Os jovens são a platéia e, quando falam, é de forma muito controlada. Não estão na “direção”.

5. O discurso a comandar tudo, evidentemente, é Jesus Cristo. Contudo, na prática, quem toma conta do cenário é o Papa, o bispo de Roma, talvez com o carisma de João Paulo II, talvez com o peso teológico de Bento 16. Estaríamos muito errados se se falasse de “papismo”? Ou este papismo (inconsciente ou buscado) é construção dos Meios de Comunicação?

6. Impressiona a suntuosidade dos lugares centrais destes Encontros. O palco, pode-se dizer, é transformado em altar. Parecem as construções que os Meios de Comunicação constroem para os grandes artistas... Lá em cima os cardeais, bispos, mais abaixo o clero, mais longe as religiosas e, bem mais ao fundo, sempre animada, a juventude. Da palavra, o que sobra para os jovens são as migalhas, isto é, os cachorrinhos do Evangelho que estão aí para ouvir e não falar ou falar o que pode ser dito.

Haveria algum paradigma que comanda as JMJ? Os paradigmas de olhar e estudar a juventude podem ser resumidos em quatro: um segmento da sociedade que precisa de preparação; um segmento que, na sociedade, por razões as mais diversas, é um problema; um segmento que pode ser encarada como solução dos problemas da sociedade; um segmento cuja característica fundamental é a sua construção: a construção da autonomia, a descoberta do poder, o empoderamento. Por que a juventude, como protagonista, só apareceu nos tempos da Ação Católica, na década de 1930? Ao mesmo tempo em que em vários lugares do mundo as juventudes eram manipuladas por “ismos” que nem é preciso nomear. Não fica claro, nas JMJ, se se acredita que os jovens possam assumir mais responsabilidades (não meros cumprimentos de ordens) dentro do ser eclesial. Não fica claro, também, se se acredita na característica da juventude que é a construção da autonomia. Seria o outro paradigma... É este que se viu em Madrid? Por vários sintomas, o que se pode ver e concluir é que o paradigma que a Igreja deveria assumir - paradigma usado por Jesus Cristo nos Evangelhos - não está claro. Uma das razões é que se gosta, ainda, em muitas igrejas, mais de ovelhas submissas do que de cabritos monteses. Ou a JMJ de Madrid disse algo diferente?



7. As grandes avenidas do centro de Madrid, tomadas pelos “peregrinos”, isto é, pelos “jornadeiros” pareciam uma gigantesca discoteca light, com música e dança, alegria, animação, festa, mas sem álcool e – esperemos – sem “crack”... Os 27 telões retransmitiam imagens bonitas e esvoaçantes do Pontífice, acompanhadas pelo slogan da “festa da fé” e algo mais. “Molhem-se, cubram-se todos de água”, recomendavam outros alto-falantes. Havia operários com mangueiras que regavam os participantes e, espontaneamente, molhavam aqueles que assim o desejassem e os outros também. Realmente, era uma festa.
8. O Papa mostrou, no avião, sua preocupação com o desemprego juvenil (que chega a 45% na Espanha). Se falou isso do avião, falou-o em outro momento importante? Redes Cristianas, contrárias à pompa da visita, criticou o fato de que a hierarquia eclesiástica não abrisse consultas aos jovens para saber o que eles, realmente, querem na Espanha e no mundo. O que preocupa a juventude do Papa? Dez peregrinos espanhóis enumeraram, na quinta-feira, durante a espera, aqueles que consideravam os três principais problemas de sua idade. Os que mais se repetiam: a falta de valores e o relativismo. Apenas dois citaram o desemprego. E então? O perfil do peregrino era um jovem de 22 anos, universitário e com trabalho. Apenas 6%, dos que estavam lá, estavam desempregados. Esta “seleção” parece natural? Se os jovens do mundo representam mais de um hum bilhão de jovens, o que significam 2 milhões. Mas, é verdade, qual a instituição, no mundo, que é capaz de provocar um evento assim? Os dois milhões reunidos em Madrid poderiam ser os grupos de jovens, reunindo-se semanalmente, no Brasil...

9. Parece um fato que as palavras de João Paulo II aos jovens do mundo: No tengáis miedo. Abrid las puertas de par en par a Cristo, chegaram ao coração de milhões de jovens dos cinco continentes, vislumbrando no Papa um guia, um mestre, um amigo que os compreendia. O que significa, no entanto, abrir abrir as portas de par em par para Jesus Cristo? Aprendi com Jesus de Nazaré que ele pregava o “Reino” e o Reino, para os jovens da América Latina, é a Civilização do Amor. No pensamento de João Paulo II estes Encontros e Jornadas seriam para reunir-se com eles, falar-lhes e conhecer seus problemas, inquietudes e esperanças. Este, ao menos, o discurso que se ouve e que não deixa de ser um discurso ao mesmo tempo verdadeiro e enganoso. Verdadeiro porque os encontros aconteceram; enganoso porque a pedagogia dos eventos massivos não permitiu isso (e não se sabe se quiseram isso, de fato). Como seria bonito poder ver-se os desafios juvenis apresentados por eles e não por olhares clericais, por vezes moralizantes?

O que se vê é que as preocupações das JMJ se encontram em outros espaços... Que maravilha o Papa apresentar, nas JMJ, os grandes desafios que os jovens devem enfrentar e que vão muito além de uma visão umbilical e sacristíaca! Confiar a eles, os/as jovens, o futuro da humanidade, isto é, de eles serem, de fato, com a ajuda da Igreja, os construtores da civilização do amor, as sentinelas do amanhã, como os dois Papas gostam de dizer. É que João Paulo II era um encantado pela juventude, mas sabia muito bem que provocar demais poderia ter resultados inesperados talvez para a própria Igreja. Não se pode negar que João Paulo II (mais que Bento XVI) estava convencido de que a juventude tem o poder de revolucionar o mundo, de mudá-lo para faze-lo mais justo e humano, o que – para a sociedade dos adultos – seria um atrevimento.

10. Para não nos basearmos em coisas “vistas”, e analisarmos rapidamente o que foi a JMJ de Madrid, olhemos a homilia que Bento 16 fez no dia 21 de agosto de 2011 na Base /aérea de Quatro Ventos (Madrid). O que ele disse? Podemos destacar nove pontos:

1. “Meu coração enche-se de alegria” pensando no afeto com que Jesus olha para a juventude e deseja acompanhá-la no caminho. Desejamos corresponder a esta manifestação de predileção, atraídos pela figura de Cristo que queremos. Ele é a resposta a muitas de nossas inquietações pessoais e queremos conhecê-lo melhor.

O Papa está alegre. Fala de Jesus Cristo. Ele (Jesus) é a resposta de nossas inquietações, mas logo fica claro que as inquietações são pessoais. Parece falar para o jovem, e não para a juventude. Parece que os milhões não existem ou não são importantes para serem desafiados. Seria a atitude de Jesus com Pedro, ao qual se dirigiu pessoalmente, como o Papa insiste logo depois? Os jovens não só querem “conhecer” Jesus; eles querem vive-Lo e ser, como Ele, blasfemos e subversivos.
2. O Evangelho que se leu Mt 16, 13-20. Há duas formas diferentes de conhecer Cristo: pela exterioridade caracterizada. Considera-se Cristo como um personagem religioso junto aos que já são conhecidos. Depois, dirigindo-se pessoalmente aos discípulos, Jesus pergunta-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». A fé vai mais longe que os simples dados empíricos ou históricos, e é capaz de apreender o mistério da pessoa de Cristo na sua profundidade.
Mais adiante o Papa diria: A resposta da juventude deve ser: Jesus, eu sei que Tu és o Filho de Deus que deste a tua vida por mim. Quero seguir-Te fielmente e deixar-me guiar pela tua palavra. Tu conheces-me e amas-me. Eu confio em Ti e coloco nas tuas mãos a minha vida inteira. Quero que sejas a força que me sustente, a alegria que nunca me abandone. Veja-se a força bonita e apelativa da “interioridade”. Veja-se a força da atitude pessoal. Além disso, contudo, o jovem não poderia ser desafiado, para outras realidades, na sua vivência de fé, para que participasse de organizações e de iniciativas dentro e fora da Igreja? Certamente, mas o que parece assustar é a formação para a autonomia, o empoderamento, o protagonismo. No fundo, não se acredita na força da juventude; olha-se o jovem na sua individualidade e se teme o jovem que pensa e sabe teologia. Quer-se um jovem que não deixe de ser obediente, isto é, submisso e controlável.
A JMJ se deu numa época onde várias realidades poderiam servir de fonte de inspiração: a juventude do Oriente Médio, do Chile, da própria Espanha com mais de 46% de jovens desempregados, de todos os continentes. Jesus Cristo não desafiaria para estas diversas realidades? O que seriam para Ele, Jesus de Nazaré, as “águas mais profundas”? Não. É a dimensão individual que parece interessar, não a juventude com suas diversas problemáticas e diversos desafios a serem enfrentados. Teria sentido recordar, aqui, a ausência do “Reino de Deus” e da “Civilização do Amor”?
3. A fé, não é fruto do esforço do homem, da sua razão, mas é um dom de Deus: Tem a sua origem na iniciativa de Deus, que nos desvenda a sua intimidade e nos convida a participar da sua própria vida divina. A fé não se limita a proporcionar alguma informação sobre a identidade de Cristo, mas supõe uma relação pessoal com Ele, a adesão de toda a pessoa, com a sua inteligência, vontade e sentimentos, à manifestação que Deus faz de Si mesmo. Fé e seguimento de Cristo estão intimamente relacionados, e isso precisa ser amadurecido.
Importante o Papa recordar estes aspectos da fé. Além de ser um dom e uma conquista, a fé sem obras é morta. Não há seguimento de Jesus que não se traduza em prática. E se o Papa relacionasse fé e justiça? Fé e realidade social? Fé e situação do mundo? A juventude é o tempo do grande encontro dela com a exterioridade. Nesta “exterioridade” não se apresentam desafios?
4. A resposta da juventude deve ser: Jesus, eu sei que Tu és o Filho de Deus que deste a tua vida por mim. Quero seguir-Te fielmente e deixar-me guiar pela tua palavra. Tu conheces-me e amas-me. Eu confio em Ti e coloco nas tuas mãos a minha vida inteira. Quero que sejas a força que me sustente, a alegria que nunca me abandone.
Veja-se o discurso... Terá mais sentido a leitura que fazemos desse “personalismo” do Papa se nos dermos conta que ele, o Papa, não parece estar muito preocupado com o Reino que Jesus pregava... Afinal, Bento 16 prega a Igreja ou o Reino? Se falasse do Reino, provavelmente teria que ter falado das realidades juvenis dos diversos continentes e que vão além de uma fé individual. O que se vê, por isso, é que a realidade social ou as realidades sociais da juventude são esquecidas. Compreendemos, assim, porque a palavra Reino não aparece na homilia vista (a mais importante) nem nas outras homilias ou falas. O Reino é uma realidade que não só não é usada pelo Papa quando fala aos jovens; no discurso inaugural que fez em Aparecida, na Conferência Episcopal Latino-Americana (2007), sucedeu o mesmo. Tratar-se-ia de um simples esquecimento ou de uma postura ideológica? É que falando do Reino para os bispos ou para os jovens, haveria conseqüências que parecem ser deixadas de lado porque a realidade mais concreta, de repente, deveria ser enfrentada.
5. Jesus diz a Pedro que ele é a Pedra da Igreja. Jesus constrói a Igreja sobre a rocha da fé de Pedro, que confessa a divindade de Cristo. Ela não é uma simples instituição humana, como outra qualquer, mas está intimamente unida a Deus. Não se pode separar Cristo da Igreja, tal como não se pode separar a cabeça do corpo (cf. 1 Cor 12, 12).
Evidente a forma de falar do papado, do Papa como “Pedra da Igreja”. Claro que a Igreja caminha com Cristo e é necessário estar na comunhão da Igreja. “Amai a Igreja”, dirá ele mais adiante. É falta de respeito muito grande perguntar se o pregado seguimento de Cristo é em vista da Igreja ou em vista da construção do Reino? O importante é ver a juventude toda, de joelhos, adorando Cristo presente na Eucaristia ou arregaçando as mangas, com a cruz na mão, enfrentando as questões que impedem a felicidade dos/as jovens e da sociedade?
6. Fortalecei, queridos jovens, esta fé que nos tem sido transmitida desde os apóstolos, a colocar Cristo, Filho de Deus, no centro da vossa vida. É preciso seguir Jesus na fé é caminhar com Ele na comunhão da Igreja. Quem cede à tentação de seguir «por conta sua» ou de viver a fé segundo a mentalidade individualista, corre o risco de nunca encontrar Jesus Cristo, ou de acabar seguindo uma imagem falsa d’Ele.
O assunto é a fé. A fé transmitida que é preciso viver, caminhando em comunhão com a Igreja. Mas o Papa diz mais:
7. Ter fé é apoiar-se na fé dos teus irmãos, e fazer com que a tua fé sirva também de apoio para a fé de outros. Queridos amigos, amai a Igreja, que vos gerou na fé, que vos ajudou a conhecer melhor Cristo, que vos fez descobrir a beleza do Seu amor. Significa feliz inserção nas paróquias, comunidades e movimentos, participar da Eucaristia, confessar-se e cultivar a oração e a meditação da Palavra de Deus.
Novamente o discurso do amor à Igreja porque ela vos gerou para a fé, mas uma Igreja que ainda tem medo de ir “além dela”. Poderia acrescentar que a fé para a qual ela gerou é para o mundo, o Reino, ou é para ele poder mostrar-se que os jovens estão com ela? Pode-se dizer que, infelizmente, a Igreja (nas JMJ) ainda visa demais a si mesma. Procura-se a vaidade própria e não a felicidade das juventudes.
8. Disso nascerá o impulso a dar testemunho da fé nos mais diversos ambientes, incluindo nos lugares onde prevalece a rejeição ou a indiferença. É impossível encontrar Cristo, e não O dar a conhecer aos outros. Não guardeis Cristo para vós mesmos. Comunicai aos outros a alegria da vossa fé. O mundo necessita do testemunho da vossa fé. A vossa presença aqui é uma prova maravilhosa da fecundidade do mandato de Cristo à Igreja: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura» (Mc 16, 15). Sede discípulos e missionários de Cristo noutras terras e países onde há multidões de jovens que aspiram a coisas maiores.
Bonito o aspecto missionário evocado para a juventude e o que o Papa diz é muito bonito. Ser jovem é ser missionário, sair de si. Além de estimular as variedades de “saídas”, os voluntariados, às doações que já são reais, será que ele diria, também, que era necessário ir além da sacristia, enfrentando as realidades da juventude no seu dia-a-dia, construindo o Reino em toda a realidade? Se a JMJ é algo dos cristãos, por que não estimular o diálogo e o encontro com outras realidades como as da Índia, da China, do Afganistão, os países mais populosos em juventude?
9. Rezo por vós, encomendo-vos à Virgem Maria, e peço-vos que rezeis pelo Papa, para que, como Sucessor de Pedro, possa continuar confirmando na fé os seus irmãos. Que todos na Igreja, cresçamos em santidade de vida e demos testemunho eficaz de que Jesus Cristo é verdadeiramente o Filho de Deus, o Salvador de todos os homens, fonte viva da esperança.
O convite para as intenções das orações dos jovens vão para onde? Para a Virgem e para o Papa e todos nós. Nenhuma oração para a transformação do mundo, do melhor atendimento aos anseios da juventude, às fomes que existem na juventude etc.
Claro que o discurso é do Papa e poderia te-lo feito em outras palavras. Mas o discurso não deixa de sintomático: intra-eclesial, pessoal, sem a perspectiva do Reino... Por que a juventude não poderia ser convocada a não só pertencer à Igreja, mas serem construtores dela? Construtores dela e do Reino do qual a Igreja é sacramento? Por que não apelar para que a juventude do mundo se una, se organize, discuta seus problemas e apresente soluções juvenis, aproveitando o momento das Jornadas?
11. Não entendo de mega-eventos, mas nos anos que precedem a JMJ precisam ser pensadas algumas coisas. Não falo, por exemplo, das finanças, para as quais, evidentemente, deverá ter gente competente e que saiba considerar o público ao qual a JMJ se dedica. Há questões de fundo: a questão central é na forma como se olha o próprio mundo juvenil e isso implica pedagogias e teologias.
a) apesar de ser uma iniciativa da Igreja de Roma, colaborar para que o jovem seja sujeito do evento. Num eventos de milhões, é evidente que sempre haverá movimentações. Movimentações para que, no entanto? O que havia para ver, ouvir, talvez participar? Shows de jovens, apresentações, encenações, algo de jovens, não de eclesiásticos. Complicado? Arriscado? Melhor arriscar do que manipular. A manipulação é descarada demais. A Igreja pode aparecer através da juventude, e não deixar que o clericalismo comande.
b) fazer uma preparação tal nos países e continentes que se discutam, realmente, a situação das juventudes em suas realidades mais diversas e que estas realidades tenham chance de serem visibilizadas. Quantas realidades bonitas e desafiadoras poderiam aparecer... No caso de Madrid, onde estava a realidade juvenil espanhola? Onde a realidade juvenil chilena? Onde a realidade da juventude do Oriente Médio? A preparação de espaços adequados claro que seria possível. Um mesmo espaço poderia servir de apresentação de diversas realidades em tempos diferentes. Há tanto jovem fazendo experiências missionárias... Por que isso não poderia ser socializado, debatido? Por que não ser uma forma de o jovem ser protagonista, também, nestas iniciativas?
c) precisa ser um momento de festa e de retiro. Os dois aspectos são importantes porque onde há juventude há festa. Mas isso não poderia ser vivenciado em momentos especiais? Com iniciativas especiais? Com atitudes especiais? Assim como é possível uma Eucaristia “campal”, porque não um retiro campal? Os espaços “menores” não poderiam servir para isso?
d) que fiquem claro os critérios de escolha dos delegados. Parece algo muito particular, mas a escolha dos “delegados” deveria ser feita com critérios transparentes. Que a Jornada seja, de alguma forma, “representativa” em termos de preocupações, realidades, organizações juvenis. Que os “espaços” já falassem por si: aqui é a realidade juvenil; aqui são os grandes desafios dos jovens; aqui são as experiências de organização; aqui quer-se discutir a força da juventude no mundo; etc.
e) que estejam envolvidas, também, pessoas que pensam realidade juvenil e evangelização juvenil. O estudo da juventude também é uma preocupação dos jovens, com sua história, cultura, apresentações científicas. Isso pode ser feito por jovens e por pessoas que estudam juventude. Por que não poderiam servir “teses”, apresentações, até encenações...
São, enfim, idéias que podem ser sempre melhores... Importante que se fale disso. Uma Igreja se torna mais adulta quando houver mais obediência e menos submissão. Que tal você continuar esta reflexão iniciante? É que a JMJ do Rio de Janeiro deve ser sonhada como um avanço em vista da juventude e em vista daquilo que acreditamos como Igreja. Caso contrário, não será uma graça para ninguém.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Circ.475- Novedades sobre Juventud Rural en América Latina

Tema del mes: Julio 2011



"La Condición Juvenil Indígena: Elementos iniciales para su construcción conceptual"

Por: René Unda – Germán Muñoz



Toda la información en: www.relajur.org



Foro Electrónico: Biblioteca Virtual sobre Políticas Públicas de Juventud en América Latina

La Biblioteca Virtual fue creada por Iniciativas para la Identidad y la Inclusión, y contiene una gran cantidad de materiales sobre los países de la región que pueden constituirse en documentos útiles para la investigación y formulación de programas de juventud. El Foro Electrónico al que les invitamos, tiene por objeto validar los contenidos y estructura de la Biblioteca Virtual; se realizará los días del 11 al 15 de julio, en el aula virtual de Iniciativas para la Identidad y la Inclusión.



Uruguay: Está abierta la convocatoria para Encuentro Arte y Juventud

Hasta el 5 de agosto, está abierta la convocatoria de propuestas artísticas para el Encuentro de Arte y Juventud, que tendrá lugar en Paso de los Toros, en el departamento de Tacuarembó (Uruguay), del 30 de setiembre al 2 de octubre. En la cuarta edición, el Instituto Nacional de la Juventud, del Ministerio de Educación y Cultura, espera reunir a 1500 jóvenes, entre 14 y 29 años, artistas de todo el país.



II Encuentro de Jóvenes Indígenas y Medio Ambiente.

Por segunda ocasión los jóvenes indígenas de Michoacán y del país están llamados a participar en un encuentro los días 12 y 13 de julio, donde tendrán la oportunidad de aportar y debatir sus ideas y visión sobre el medio ambiente. Este evento que tiene como base el conocimiento profundo de este grupo de la sociedad del entorno ecológico, el uso y aprovechamiento de los recursos, así como la percepción sagrada de la naturaleza.



Convocatoria para la 6ta Jornada UNL y 2ª Latinoamericana de Jóvenes Emprendedores

El jueves 10 de noviembre el Campus de la FAVE, en Esperanza, se realizará la 6ta Jornada UNL y 2ª latinoamericana de Jóvenes Emprendedores. La convocatoria para la presentación de trabajos se encuentra abierta hasta el 31 de agosto. El objetivo principal es la concreción de un encuentro de Jóvenes Emprendedores de Latinoamérica, que realicen presentación de sus ideas/proyectos y planes de negocios tendientes a propiciar a la cultura emprendedora.



Cumbre Internacional de Jóvenes Líderes

La Cumbre Internacional de Jóvenes Líderes es un programa de la Fundación Internacional de Jóvenes Líderes (www.joveneslideres.org) en conjunto con el diariodelideres.com. Es este uno de los eventos pluriculturales juveniles más importantes del momento, que reúne a unos 1500 jóvenes líderes de diversos países del mundo con el objeto de participar, relacionarse, aprender y debatir acerca del futuro de las naciones.



Argentina: Red Comunidades Rurales, Encuesta sobre Educación y Desarrollo Comunitario

Red Comunidades Rurales pone nuevamente en marcha este valioso relevamiento de información a fin de obtener, procesar y compartir datos y testimonios que resultan clave para visualizar la situación educativa en el ámbito rural a lo largo y a lo ancho del país. En esta oportunidad el relevamiento no solo estará dirigido a Directivos y Docentes de Establecimientos Educativos, sino también a muchas familias rurales y referentes comunitarios.



Chile: 1800 horas por la educación

Desde el lunes 13 de junio a las 13.30 horas, un grupo de estudiantes de Teatro de la Universidad de Chile iniciaron una nueva forma de protesta, correr alrededor de la casa de gobierno. Desde entonces, han organizado un sistema de relevo para lograr que haya siempre una persona corriendo con una bandera que lleva la consigna "Educación Gratuita Ahora". La meta es cumplir 1800 horas, correspondientes a la cantidad de dólares necesarios para financiar la educación en Chile.



Conferencia Boliviana de Juventudes

El Fondo de las Naciones Unidas y el Consorcio Boliviano de Juventudes, convocan a la Conferencia Boliviana de Juventudes "Nuestro Año, Nuestras voces, Nuestra Ley", a realizarse en la ciudad de Sucre en el mes de agosto. Este evento tiene como objetivo ser un espacio de socialización de estrategias y mecanismos de abogacía desde la mirada juvenil que procuran el avance en políticas públicas nacionales, departamentales, municipales y otras en un marco de diversidad cultural y genérica.



Rep. Dominicana: Informe señala acción \'clientelista\' y \'limitada\' del Ministerio de la Juventud

República Dominicana es uno de los pocos países de América Latina que tiene un Ministerio de la Juventud (MJ). En un informe, difundido esta semana, la Red Nacional de Acción Juvenil evalúa las acciones ejecutadas por el órgano en poco más de una década de actuación. El estudio señala que las políticas públicas no atienden las determinaciones de la Ley General de Juventud, aprobada en el 2000, y que no avanzan en las cuestiones esenciales de los jóvenes dominicanos.



Organizaciones del campo realizan I Encuentro Internacional Juvenil

Comenzó este sábado (2) el I Encuentro Internacional Juvenil, en el departamento del Cauca, en Colombia. El evento, hasta el 18 de julio, reunirá a 11 países de América Latina y el Caribe, representando a 59 organizaciones sociales. Además, cerca de 50 organizaciones internacionales y cientos de colombianos van a debatir e intercambiar experiencias sobre procesos de resistencia, participación de la juventud y políticas de explotación de la Tierra, entre otros temas.



Curso de la OIT a distancia: "Hacer frente al problema del empleo juvenil"

El Centro Internacional de Formación de la OIT (ITC-ILO) ofrece un programa de formación a distancia que propone poner los problemas del empleo juvenil al centro de las políticas de desarrollo, con el fi n de aumentar y hacer más efectivas las intervenciones de política destinadas a la generación de más y mejores oportunidades de Trabajo Decente para la población joven. Las inscripciones están abiertas hasta el 22 de agosto.



México: Sociedad civil propone la construcción de una Agenda Social y Política para los jóvenes

Construir, desde la sociedad civil, una Agenda Social y Política para los jóvenes mexicanos, con acciones y metas para los años 2011 al 2021. Ésta es la propuesta del proyecto conocido como México AJUV11-21. La plataforma será presentada en agosto, en el marco del Seminario Internacional "Cambio generacional y Vinculación social", entre los días 10 y 14, en el Centro Cultural Tlatelolco-UNAM de la Ciudad de México.



Chile: Paro de estudiantes reúne cientos de miles en marcha por la educación

Cientos de miles de estudiantes se hicieron presentes en la marcha por la educación pública en Chile, el 30 de junio. Según los estudiantes, fue la mayor manifestación de los últimos años. Para Camila Vallejo, presidente de la Federación de Estudiantes de la Universidad de Chile (Fech), "la convocatoria es una muestra de adhesión que concita las demandas de la educación en otros sectores de la ciudadanía".



OEA propone enfrentar desigualdad y violencia para desarrollar América Latina

En América Latina y el Caribe, los que tienen menos de 29 años, representa el 57% de la población. Para el secretario general de la OEA, esto puede ser una ventaja para el desarrollo económico y social que se plantea en la región. Sin embargo, sólo se "hace efectiva si somos capaces de proporcionar a esa juventud (…) oportunidades de expresar sus capacidades", afirmó en ocasión de la Conferencia sobre el Desarrollo Juvenil y la Prevención del Crimen, realizada el 28de junio en Washington.



"Infancias y juventudes en América Latina: democracia, derechos humanos y ciudadanía"

El Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, el Centro de Altos Estudios Universitarios de la OEI y la Universidad de Manizales y CINDE (Colombia), con el apoyo de la Agencia Española de Cooperación Internacional para el Desarrollo, convocan a estudiantes avanzados de la Red CLACSO de Posgrados en Ciencias Sociales, a presentar sus postulaciones para participar en la Primera Escuela Internacional de Posgrado de la Red INJU en Cartagena, Colombia, del 29 de agosto al 2 de septiembre.



Brasil: Estados se organizan para las etapas preparatorias de la Conferencia de la Juventud

Con plazo hasta este jueves (30), gobiernos estaduales, municipales y organizaciones de juventud de todo Brasil se movilizan para convocar para las etapas preparatorias de la 2ª Conferencia Nacional de Juventud, a realizarse en Brasilia, capital federal, entre los días 9 y 12 de diciembre. Estando ya la mayoría de los decretos de convocatoria publicados, todos los estados realizarán la elección de delegados y definición de propuestas para la etapa Nacional.



Argentina: Los jóvenes de FAA pidieron por el Plan Arraigo, para permanecer en los pueblos

Concluyó este martes 28 frente al Congreso de la Nación la Marcha por el Arraigo de la Juventud de Federación Agraria, que se inició el 25 de junio en Alcorta. Más de quinientos jóvenes de Federación Agraria Argentina llegaron a la Ciudad de Buenos Aires, y se movilizaron por el centro porteño hasta el Parlamento, donde realizaron un acto que fue encabezado presidente de FAA, Eduardo Buzzi.



Colombia: Escuela de Verano Ecosistema de Emprendimiento

El Parque del Emprendimiento de Medellín (Parque E) y el Young Americas Business Trust (YABT), lanzan la "Escuela de Verano, Ecosistema de Emprendimiento" a realizarse del 1 al 5 de agosto de 2011 en Medellín, Colombia. Los Interesados deben completar el formulario de preinscripción, hasta el 4 de julio de 2011. Los seleccionados para recibir las becas serán notificados el 6 de julio en la página web de los organizadores y mediante correo electrónico.



BID promueve estrategias de desarrollo de la primera infancia

El Presidente del BID y Primera Dama de Colombia convocan a un panel sobre los desafíos del desarrollo de la primera infancia en América Latina y el Caribe, a celebrarse en la sede del BID en Washington, DC, el 29 de junio. El evento incluirá la presentación de la nueva estrategia integral a la primera infancia de Colombia, conocida como "De Cero a Siempre," y una discusión sobre su propósito, desafíos, prioridades y necesidades de apoyo.



Curso Latinoamericano a Distancia: Ámbitos y Planificación en Animación Sociocultural

El curso Latinoamericano a Distancia sobre Ámbitos y Planificación en Animación Sociocultural, a realizarse entre el 26 de julio y el 7 de septiembre, procura ofrecer los conocimientos y las metodologías básicas de estas disciplinas, centrado especialmente en la praxis. Se busca que los participantes queden con elementos suficientes para comprender y actuar en y desde la Animación Sociocultural en el marco de una pedagogía específica y aplicada.



Toda la información en: www.relajur.org

domingo, 12 de junho de 2011

Estrutura para um projeto de pesquisa

Estrutura para um projeto de pesquisa
1. Título da pesquisa

Não precisa ser predefinido.

2. Assunto

É o objeto da pesquisa; aquilo que será pesquisado, examinado, estudado, etc.

3. Objetivos

Deve responder a pergunta: O que se pretende alcançar com a pesquisa?

4. Justificativa da escolha do assunto

Deve responder a pergunta: O que levou à escolha de tal assunto? Além de indicar sua relevância frente a outros temas possíveis.

5. Formulação do problema

Questão(ões) ou dúvida(s) a ser(em) esclarecida(s).

6. Hipóteses

Tentativa provisória de explicação (a ser confirmada ou refutada pela pesquisa) do problema levantado.

7. Quadro teórico

“o universo de princípios, categorias e conceitos,... dentro do qual o trabalho... se fundamenta e se desenvolve”. (SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 18ª ed. São Paulo: Corteza Autores Associados, 1992. p.125).

8. Delineamento da pesquisa

Ensaiar planos e procedimentos gerais; indicar procedimentos metodológicos e técnicos a serem adotados para atingir os objetivos.

9. Recursos

Bibliográficos, materiais, humanos, financeiros e os demais necessários.

10. Cronograma

Indicar (cronologicamente) os diversos passos da pesquisa até a entrega do trabalho.

sábado, 28 de maio de 2011

Quatro frases que fazem o nariz do Pinóquio cresce

1- Somos todos culpados pela ruína do planeta.

A saúde do mundo está feito um caco. "Somos todos responsáveis", clamam as vozes do alarme universal, e a generalização absolve: se somos todos responsáveis, ninguém é. Como coelhos, reproduzem-se os novos tecnocratas do meio ambiente. É a maior taxa de natalidade do mundo: os experts geram experts e mais experts que se ocupam de envolver o tema com o papel celofane da ambiguidade.

Eles fabricam a brumosa linguagem das exortações ao "sacrifício de todos" nas declarações dos governos e nos solenes acordos internacionais que ninguém cumpre. Estas cataratas de palavras - inundação que ameaça se converter em uma catástrofe ecológica comparável ao buraco na camada de ozônio - não se desencadeiam gratuitamente. A linguagem oficial asfixia a realidade para outorgar impunidade à sociedade de consumo, que é imposta como modelo em nome do desenvolvimento, e às grandes empresas que tiram proveito dele. Mas, as estatísticas confessam.

Os dados ocultos sob o palavreado revelam que 20% da humanidade comete 80% das agressões contra a natureza, crime que os assassinos chamam de suicídio, e é a humanidade inteira que paga as consequências da degradação da terra, da intoxicação do ar, do envenenamento da água, do enlouquecimento do clima e da dilapidação dos recursos naturais não-renováveis. A senhora Harlem Bruntland, que encabeça o governo da Noruega, comprovou recentemente que, se os 7 bilhões de habitantes do planeta consumissem o mesmo que os países desenvolvidos do Ocidente, "faltariam 10 planetas como o nosso para satisfazerem todas as suas necessidades". Uma experiência impossível.

Mas, os governantes dos países do Sul que prometem o ingresso no Primeiro Mundo, mágico passaporte que nos fará, a todos, ricos e felizes, não deveriam ser só processados por calote. Não estão só pegando em nosso pé, não: esses governantes estão, além disso, cometendo o delito de apologia do crime. Porque este sistema de vida que se oferece como paraíso, fundado na exploração do próximo e na aniquilação da natureza, é o que está fazendo adoecer nosso corpo, está envenenando nossa alma e está deixando-nos sem mundo.

2- É verde aquilo que se pinta de verde.

Agora, os gigantes da indústria química fazem sua publicidade na cor verde, e o Banco Mundial lava sua imagem, repetindo a palavra ecologia em cada página de seus informes e tingindo de verde seus empréstimos. "Nas condições de nossos empréstimos há normas ambientais estritas", esclarece o presidente da suprema instituição bancária do mundo. Somos todos ecologistas, até que alguma medida concreta limite a liberdade de contaminação.

Quando se aprovou, no Parlamento do Uruguai, uma tímida lei de defesa do meio-ambiente, as empresas que lançam veneno no ar e poluem as águas sacaram, subitamente, da recém-comprada máscara verde e gritaram sua verdade em termos que poderiam ser resumidos assim: "os defensores da natureza são advogados da pobreza, dedicados a sabotarem o desenvolvimento econômico e a espantarem o investimento estrangeiro."

O Banco Mundial, ao contrário, é o principal promotor da riqueza, do desenvolvimento e do investimento estrangeiro. Talvez, por reunir tantas virtudes, o Banco manipulará, junto à ONU, o recém-criado Fundo para o Meio-Ambiente Mundial. Este imposto à má consciência vai dispor de pouco dinheiro, 100 vezes menos do que haviam pedido os ecologistas, para financiar projetos que não destruam a natureza. Intenção inatacável, conclusão inevitável: se esses projetos requerem um fundo especial, o Banco Mundial está admitindo, de fato, que todos os seus demais projetos fazem um fraco favor ao meio-ambiente.

O Banco se chama Mundial, da mesma forma que o Fundo Monetário se chama Internacional, mas estes irmãos gêmeos vivem, cobram e decidem em Washington. Quem paga, manda, e a numerosa tecnocracia jamais cospe no prato em que come. Sendo, como é, o principal credor do chamado Terceiro Mundo, o Banco Mundial governa nossos escravizados países que, a título de serviço da dívida, pagam a seus credores externos 250 mil dólares por minuto, e lhes impõe sua política econômica, em função do dinheiro que concede ou promete.

A divinização do mercado, que compra cada vez menos e paga cada vez pior, permite abarrotar de mágicas bugigangas as grandes cidades do sul do mundo, drogadas pela religião do consumo, enquanto os campos se esgotam, poluem-se as águas que os alimentam, e uma crosta seca cobre os desertos que antes foram bosques.

3- Entre o capital e o trabalho, a ecologia é neutra.

Poder-se-á dizer qualquer coisa de Al Capone, mas ele era um cavalheiro: o bondoso Al sempre enviava flores aos velórios de suas vítimas... As empresas gigantes da indústria química, petroleira e automobilística pagaram boa parte dos gastos da Eco-92: a conferência internacional que se ocupou, no Rio de Janeiro, da agonia do planeta. E essa conferência, chamada de Reunião de Cúpula da Terra, não condenou as transnacionais que produzem contaminação e vivem dela, e nem sequer pronunciou uma palavra contra a ilimitada liberdade de comércio que torna possível a venda de veneno.

No grande baile de máscaras do fim do milênio, até a indústria química se veste de verde. A angústia ecológica perturba o sono dos maiores laboratórios do mundo que, para ajudarem a natureza, estão inventando novos cultivos biotecnológicos. Mas, esses desvelos científicos não se propõem encontrar plantas mais resistentes às pragas sem ajuda química, mas sim buscam novas plantas capazes de resistir aos praguicidas e herbicidas que esses mesmos laboratórios produzem. Das 10 maiores empresas do mundo produtoras de sementes, seis fabricam pesticidas (Sandoz-Ciba-Geigy, Dekalb, Pfizer, Upjohn, Shell, ICI). A indústria química não tem tendências masoquistas.

A recuperação do planeta ou daquilo que nos sobre dele implica na denúncia da impunidade do dinheiro e da liberdade humana. A ecologia neutra, que mais se parece com a jardinagem, torna-se cúmplice da injustiça de um mundo, onde a comida sadia, a água limpa, o ar puro e o silêncio não são direitos de todos, mas sim privilégios dos poucos que podem pagar por eles. Chico Mendes, trabalhador da borracha, tombou assassinado em fins de 1988, na Amazônia brasileira, por acreditar no que acreditava: que a militância ecológica não pode divorciar-se da luta social. Chico acreditava que a floresta amazônica não será salva enquanto não se fizer uma reforma agrária no Brasil.

Cinco anos depois do crime, os bispos brasileiros denunciaram que mais de 100 trabalhadores rurais morrem assassinados, a cada ano, na luta pela terra, e calcularam que quatro milhões de camponeses sem trabalho vão às cidades deixando as plantações do interior. Adaptando as cifras de cada país, a declaração dos bispos retrata toda a América Latina. As grandes cidades latino-americanas, inchadas até arrebentarem pela incessante invasão de exilados do campo, são uma catástrofe ecológica: uma catástrofe que não se pode entender nem alterar dentro dos limites da ecologia, surda ante o clamor social e cega ante o compromisso político.

4- A natureza está fora de nós.

Em seus 10 mandamentos, Deus esqueceu-se de mencionar a natureza. Entre as ordens que nos enviou do Monte Sinai, o Senhor poderia ter acrescentado, por exemplo: "Honrarás a natureza, da qual tu és parte." Mas, isso não lhe ocorreu. Há cinco séculos, quando a América foi aprisionada pelo mercado mundial, a civilização invasora confundiu ecologia com idolatria. A comunhão com a natureza era pecado. E merecia castigo.

Segundo as crônicas da Conquista, os índios nômades que usavam cascas para se vestirem jamais esfolavam o tronco inteiro, para não aniquilarem a árvore, e os índios sedentários plantavam cultivos diversos e com períodos de descanso, para não cansarem a terra. A civilização, que vinha impor os devastadores monocultivos de exportação, não podia entender as culturas integradas à natureza, e as confundiu com a vocação demoníaca ou com a ignorância. Para a civilização que diz ser ocidental e cristã, a natureza era uma besta feroz que tinha que ser domada e castigada para que funcionasse como uma máquina, posta a nosso serviço desde sempre e para sempre. A natureza, que era eterna, nos devia escravidão.

Muito recentemente, inteiramo-nos de que a natureza se cansa, como nós, seus filhos, e sabemos que, tal como nós, pode morrer assassinada. Já não se fala de submeter a natureza. Agora, até os seus verdugos dizem que é necessário protegê-la. Mas, num ou noutro caso, natureza submetida e natureza protegida, ela está fora de nós. A civilização, que confunde os relógios com o tempo, o crescimento com o desenvolvimento, e o grandalhão com a grandeza, também confunde a natureza com a paisagem, enquanto o mundo, labirinto sem centro, dedica-se a romper seu próprio céu.


* Eduardo Galeano é escritor e jornalista uruguaio

domingo, 15 de maio de 2011

MANIFESTAÇÃO E ACOLHIDA Reflexões de aniversário

Podemos dizer que o dia do nascimento é o dia da nossa “manifestação”, embora nos tivéssemos “manifestado” já antes, no ventre materno, nem sabendo mais como... Sem sermos vistos, éramos visíveis, através da mãe. Éramos olhados. Claro que, hoje, já nos olham antes, crescendo na total dependência, e até tiram fotos nossas, preparando-nos para nos manifestar. Já sabem se somos isto ou aquilo e ficam esperando o dia em que nos “manifestaremos”.
“Nascer”, manifestando-se, é sair, pela energia da natureza, da dependência agradável do carinho de quem nos ama. “Nascer” é uma aventura para a qual ninguém nos pediu permissão. Ninguém pode dizer que nasceu porque quis. É duro, desconfortável, ameaçador “nascer”. Além de chorarmos, as pessoas se alegram quando nascemos e choramos. “Nascer” é um presente que somos obrigados a aceitar... Um dom que nos é dado – dizem – com jeito amoroso e divino. Se não for assim, quanto fundamento a ser reconstruído! Sempre nos horrorizamos com o desespero de Jó dizendo morra o dia em que nasci e a noite em que se disse: um menino foi concebido (Jó, 3.1).
Em todo o caso, desde o começo, esperam de nós uma resposta e nem sempre as respostas são agradáveis. Nascemos renunciando... Sempre, desde o começo, estamos diante de uma proposta de amor. A vida, enfim, se resume numa resposta a uma proposta. “Deus soprou-lhe nas narinas... e ele/a tornou-se um ser vivente” (Gn 2,7), porque ser vivente era bom. A árvore da vida “estava no meio do jardim” (Gn 2,9), não na periferia. A vida está não está em cima nem em baixo; ela está no centro porque no centro está Deus. “Eu lhe propus a vida ou a morte. Escolha, portanto, a vida” (Dt 30, 19). Como é bonito ver, descobrir, degustar que a liberdade não se compreende fora da geografia do dom. Depois da ressurreição sabemos que a vida é mais do que um sopro. O sopro de Deus foi um convite para a eviternidade. Como diz o sofrido e o esperançoso Jó, o sopro de Deus que me criou, me deu vida (Jó 33,4). É preciso descobrir, pois, que na sabedoria dessa aceitação, é que se encontra a vida.
Contudo, não podemos ficar na “vida da gente”. A vida é um horizonte porque, como diz o Evangelho, “quem procura conservar a própria vida, vai perde-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la” (Mateus 10, 39). Não sei se estou conseguindo viver isso, mas é uma verdade que me comanda há muito tempo. Ser vida, nascer, é nascer para a alegria e o gozo dos outros. O Evangelho também diz que “quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la” (Mateus 16,25). Lucas fala de preservar. Lemos, por isso, igualmente, Jesus “veio para servir e para dar a sua vida como resgate” (Marcos, 10, 45). Fico perguntando-me, por isso, o que é ter um projeto de vida, o que é uma causa? Uma vida que não seja doada não é vida.
Neste dia de minha “manifestação” gostaria de dizer que estou gostando de viver. Agradeço a Deus e a todos que me estão dando essa chance. Fico pensando na família que foi nosso primeiro ninho, mas que é preciso abandonar, por vezes amando de longe, espiando pelos mais variados sentimentos. Fico pensando nos educadores/as que, com seu jeito de pelicanos/as, sempre procuraram dar-se da melhor forma para que a vida nos sorrisse. Fico pensando nas “instituições” onde vivi, trabalhei, sonhei, pelejei e ri. A gente recebe e deixa parte de nós em muitos espaços. Gostaria de “agradecer”, por isso, a acolhida que tive. Embora a vontade nossa seja de acolher, somos mais acolhidos que acolhedores. Por isso teremos certamente a eternidade para nunca acabar de agradecer. É que a “manifestação” não existe sem “acolhida”. A todos e todas, o meu simples, solene, sincero, alegre, animado, vibrante, humilde, gostoso, humano agradecimento à VIDA que borbulha, borbota, acachoa e marulha nos 74 anos que inicio acompanhado dos cuidados de vocês.

P. Hilário Dick S.J
12 de maio de 2011

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Nomeados representantes do Conjuve na Comissão Organizadora Nacional da II Conferência Nacional de Juventude

Os 15 representantes da sociedade civil para a Comissão Organizadora da Conferência Nacional de Juventude já estão definidos. A lista foi definida na reunião extraordinária do Conjuve dos dias 14 e 15 de abril. Os convocados terão a responsabilidade de contribuir com o desenvolvimento e avaliação da Conferência junto com os representantes governamentais.

O principal critério para a definição dos nomes foi a divisão equitativa entre os segmentos que compõem o Conselho. As Entidades de apoio tiveram 4 vagas, os Movimentos Juvenis, 7 vagas e as entidades partidárias 3 vagas, completando com a vaga para a presidência do Conselho.

Os movimentos juvenis ainda criaram outro critério para a definição das vagas, a subdivisão por temáticas, garantindo a participação do movimento de mulheres, movimento negro, fóruns e redes, movimento estudantil, movimento religioso, juventude rural e movimento de trabalhadores urbanos.

A lista dos representantes é:

Gabriel Medina – Presidente do Conjuve / Fonajuves

Kathia Dudyk – Instituto Paulo Freire

Danielle Basto – Escola de Gente

Gabriel Alves – CPC/UMES

Nilton Lopes – CIPÓ – Comunicação Interativa

Hélio Barbosa – Rede de Jovens do Nordeste

João Vidal – UGT

Maria Elenice Anastácio – Contag

Marc Emmanuel Mendes – Juventude do PMDB

Joubert Fonseca – JSB

Murilo Amatneeks – JPT

Alexandre Piero – Pastoral da Juventude (PJ)

Danilo Moraes – CONEN

Marcela Cardoso – UNE

Paula Costa - UBM


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ALEX - Alexandre Piero
PJ - Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE)
Comissão Organizadora da Conferência Nacional de Juventude 2011
(11) 3013-2337
(11) 8783-7337
www.ale.pro.br
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www.facebook.com/alexandrepj

terça-feira, 12 de abril de 2011

Chacina na escola de um tempo pós-liberal

Por quê? Por quê? Após uma tragédia como a da escola de Realengo, esta é a questão. Por que as coisas ocorreram como ocorreram? Por que o ex-aluno se tornou o atirador que provocou a chacina? Algumas dessas perguntas são importantes como perguntas retóricas. Fazem parte do processo de luto que já se inicia. Outras perguntas desse mesmo tipo não fazem parte do luto, são feitas por pessoas não próximas do evento, que querem entender e criar condições para que situações assim não ocorram. Ambas são importantes. Mas, o luto é o luto; e as perguntas para prevenir, são as que pedem resposta.

A pior resposta é aquela que aponta para a “loucura” do atirador. Louco é louco. Quando dizemos que alguém foi possuído pela insanidade e atirou em outros, criando uma chacina, não dizemos absolutamente nada. Ou melhor, dizemos exatamente o que queremos ouvir: estamos diante do inevitável, pois ninguém pode saber quando alguém que, se parecendo depressivo ou solitário, irá sair disso para a “loucura propriamente dita”. Falando assim, tiramos dos ombros nossos e de toda a sociedade qualquer peso.
Outra resposta ruim é aquela que encontra na escola a culpa de tudo. A escola, que na verdade é vítima, é responsabilizada pelo crime. Os professores e diretores são, então, responsabilizados pelo fato de que um aluno, num ano indeterminado, sofreu bullying, e então voltou um dia para a vingança. Essa resposta é pior que a da “loucura”, pois ela também gera a inércia que se põe na vala do que precisamos para nos safarmos de qualquer responsabilidade, nós que não somos os professores daquela escola. Afinal, quem é que vai conseguir saber, não sendo professor lá, quando é que alguém que passou por bullying irá voltar? Aliás, em um determinado nível, a própria escola pode também não querer nem mesmo pensar no assunto, pois pode argumentar algo assim: como que é possível identificar quem sofreu bullying? Quem sofre o bullying é o silencioso, e a escola está preocupada com o “barulhento”, o “indisciplinado”, o que provoca o bullying. Não se muda essa cultura tão fácil. E, afinal de contas, ninguém quer marcar quem sofreu bullying, tudo é feito para que isso não vire um trauma, que seja esquecido. Ou esquecido seriamente ou simplesmente esquecido através da “vista grossa”.

Mas uma resposta melhor é que viria da investigação de outros elementos que criam o autor de chacinas em escolas ou coisas do tipo. Um traço comum dessas pessoas é a solidão. Os atiradores são pessoas silenciosas, com uma vida esvaziada e, enfim, com algo que todos podem notar: são sozinhas. Mas são sozinhas de uma maneira especial. Não que não tenham parentes ou amigos. Não! A questão é que elas não dividem, não contam, não conversam, não trocam. Elas não possuem necessidade de atirar em alguém, elas têm é necessidade de se comunicar. Tanto é que todos esses crimes são cometidos por pessoas que deixam cartas para serem lidas depois da chacina ou, ainda, deixam mensagens na Internet ou em outros meios em que avisam o que vão fazer, inclusive expondo motivos. Não importa se os motivos são inteligíveis ou não. Ou se são verdadeiros ou não. Ou se são trágicos ou não. A questão não é essa. Pois tudo isso é secundário. O ponto central é que a solidão e a falta de poder se comunicar, trocar informações e, enfim, ser ouvido, é o que está na base das motivações que geram o atirador que cria chacinas.

Por isso é que esses tipos aparecem mais em sociedades de massa. Os Estados Unidos e a Europa, onde todos estão com todos e, no entanto, muitos, estando com todos, estão sozinhos, são lugares onde é fácil que existam pessoas propensas às chacinas. O Brasil já é uma sociedade de massas e, por isso mesmo, também tem visto as chacinas ocorrerem. O caso da escola de Realengo não é um fato isolado. Mas, pelo número de mortes, foi para a TV, se igualando aos casos desse tipo no exterior. Todavia, quem acompanha a vida de perto sabe que a sociedade brasileira está vivendo tal coisa já há algum tempo. À medida que os jovens brasileiros puderem adquirir armas com a facilidade com que os jovens americanos as adquirem, essas chacinas serão mais espetacularmente parecidas com as dos países mais desenvolvidos. A base motivacional será, no entanto, a mesma: solidão da sociedade onde todos estão com todos o tempo todo. A solidão do excesso de não solidão. Ninguém pode mais ficar entre seus livros, na sua biblioteca, consigo mesmo – como o filósofo Montaigne dizia que ele adorava ficar. Essa solidão verdadeira, saudável, não existe mais. Na nossa sociedade a solidão é provocada pelo excesso de contato que, enfim, cria a sensação de que deveríamos ser populares, vencedores, estrelas de TV e, no entanto, não temos ainda o contato de troca como gostaríamos de ter.

Numa sociedade liberal e moderna, mas não ainda uma sociedade de massas, o que se pede aos indivíduos é que tenham as suas relações com um grupo de amigos, familiares ou de namoros. Mas numa sociedade liberal e moderna de massas, o que se exige dos indivíduos é que eles tenham um número de relações tão grande quanto o das celebridades dessas sociedades. Todos são estrelas. Devem ser estrelas. Precisam ser reconhecidos como estrelas. Precisam ser ouvidos e ganharem em trocas comunicacionais. Caso isso não ocorra, então, a saída é a destruição dessa sociedade. Se a sociedade é grande demais, eu, que sou o frustrado dessa sociedade, preciso ao menos destruir o meio mais próximo que a representa ou a representou na minha vida – a escola é um bom lugar para tal. Nesse caso, a destruição é o momento de não-anonimado. É o momento do fim da solidão. O momento da troca. A troca da dor. O contato e a vitória aparecem nessa troca. A troca da violência é, antes que vingança, um ato de solicitação da conversa. Quero ser ouvido, visto. Quero ser um indivíduo que tem um grande Facebook, que possa ser amado. Sou alguém que não é um lixo, um solitário. Ao menos na hora da minha morte.

Quando entendermos filosoficamente esse recado, talvez não possamos fazer muito pelas escolas a não ser colocar guaritas. Mas estaremos entendendo muito do que faz aparecer o autor de chacinas como a da escola de Realengo e, também, chacinas e comportamentos de banditismo em regiões pobres, ligados ou não ao tráfico de drogas. Há no banditismo em geral esse elemento de espetacularismo de quem precisa sair do anonimato. Quando entendermos isso filosoficamente, vamos entender muito do que temos construído como sociedade liberal moderna de massas ou, se quisermos, como uma sociedade pós-liberal ou pós-moderna.

© 2011 Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo, escritor e professor da UFRRJ

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Estudo do Ministério da Justiça considera juventude período de 15 a 24 anos. Entre 1998 e 2008, 1,8% dos óbitos de adultos foi causada por homicídios.

Segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (24) pelo Ministério da Justiça, o homicídio é a principal causa de morte de jovens entre 15 a 24 anos no Brasil. Elaborado pelo Instituto Sangari, o estudo “Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil” mostra que entre 1998 e 2008 o homicídio foi a causa da morte de 39,7% dos jovens no Brasil. Na população adulta, 1,8% dos óbitos foi causado por homicídios.
“Os índices nos deixam muito além do que gostaríamos que estivesse ocorrendo”, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, que coordenou o estudo, afirmou que a situação no Brasil é “epidêmica”. “A taxa de homicídios entre jovens está três vezes acima da média internacional. Ainda é muito elevada se levarmos em conta o contexto externo”, explicou.
O estudo tem como fonte os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. No mapa, foram adotadas as definições da Organização Pan-Americana de Saúde ((OPS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), nas quais o período da juventude vai dos 15 aos 24 anos.
Taxa de mortalidade
Segundo o estudo, a taxa de mortalidade da população brasileira caiu de 633 em 100 mil habitantes, em 1980, para 568, em 2004. Apesar disso, a taxa de mortalidade juvenil manteve-se praticamente inalterada ao longo do período, registrando um pequeno aumento. Passou de 128, em 1980, para 133 a cada 100 mil jovens, em 2008.

De acordo com o estudo, as epidemias e doenças infecciosas , principais causas de morte de jovens há cinco décadas, foram gradativamente substituídas por “causas externas”, tais como acidentes de trânsito e homicídios.
O Mapa da Violência também analisou as mortes de jovens causadas por acidentes de trânsito e suicídios. De acordo com o estudo, entre 1998 e 2008, a taxa de mortes no trânsito entre a população jovem foi de 32,4%. Entre a população adulta, a taxa foi de 26,5%.
No período de 1998 a 2008, a taxa de suicídio entre os jovens aumentou 22,6%, passando de 1.454 sucídios, em 1998, para 1.783 , em 2008.
Medidas
O ministro da Justiça afirmou nesta quinta que o governo vai retomar as políticas de desarmamento da população. "Uma questão grave é questão do desarmamento. O Minstério da Justiça vai retomar as políticas de desarmamento. Espero contar com o apoio da sociedade, pois esse é um desafio importante".
Cardozo afirmou que também tomará medidas para diminuir o número de mortes de jovens no trânsito. Segundo ele, parte dos acidentes está relacionada ao consumo de álcool e drogas, e por isso, as políticas serão voltadas para esta questão.
O ministro reafirmou a disposição do governo de trabalhar pela integração das forças de segurança pública. "Não existe política de segurança sem integração. Enquanto cada um joga na sua área, não teremos resultados".